Economia solidária ganha força - Fundação Beto Studart Fundação Beto Studart

Mídias

Artigos

Economia solidária ganha força

Goreti Macêdo – Coordenadora de Programas e Projetos da Fundação Beto Studart de Incentivo ao Talento. Teia Solidária é exemplo no Ceará, conseguindo driblar dificuldades com projetos de combate à pobreza A união faz a força. A frase pode ser batida, mas é verdade que, quando esforços são somados, a possibilidade de sucesso é maior. Exemplo é a Teia Solidária, que está conseguindo driblar as dificuldades e desenvolver econômica e socialmente as comunidades onde seus projetos estão instalados. A Teia é constituída juridicamente como associação e congrega oito entidades comunitárias que trabalham na área de confeccionados. O objetivo é a criação de emprego e renda para combater a pobreza e melhorar a vida dos participantes. A entidade, apoiada pela Fundação Beto Studart, promove ações de desenvolvimento para aumentar a inclusão social, principalmente, por meio do trabalho. Segundo a coordenadora de projetos da Fundação, Goreti Macêdo, todos que participam merecem atenção. São cerca de 120 pessoas beneficiadas diretamente, todas atuando no setor de produção. “São pessoas de baixa renda de comunidades extremamente carentes. A Teia é, hoje, uma nova tecnologia social, que está sendo experimentada no Ceará. É uma associação que agrega outras, em que cada uma mantém sua identidade, mas trabalha por um objetivo comum: poder de comercialização da produção”, afirma. Ainda de acordo com Goreti, as pequenas associações tem um problema crônico. “Embora a gente saiba do talento de nossos artesãos, eles têm muitas dificuldades na hora de escoar a produção”. Logística e qualidade A Teia solidária atua junto às outras entidades na capacitação, produção, estudo de mercado e comercialização. A associação tem um grupo gestor, responsável pela logística e qualidade. “Todas as segundas-feiras ocorrem reuniões para discutir desenho dos produtos, custos, enfim, o monitoramento de todas as etapas de produção”, reforça Goreti. A associação trabalha dentro da lógica e da perspectiva da economia solidária, baseada no trabalho e no preço justo. “O trabalho é gestado em grupo. As estratégias são coletivas e todos têm a mesma voz”. Embora tenha surgido, informalmente, em 2009, a Teia Solidária foi criada juridicamente no último mês de março. O motivo foi a visibilidade que os produtos ganharam durante a 1ª Mostra Nacional de Comercialização dos Produtos e Serviços da Economia Solidária, ocorrida em São Paulo, em outubro do ano passado. “Outro problema enfrentado é a sustentabilidade desses projetos. O terceiro setor é fragilizado na captação de recursos. A Fundação Beto Studart oferece todo o suporte técnico, financeiro e logístico para que as associações se estruturem”. Esse trabalho é feito pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável, que presta a consultoria necessária até que a entidade crie autonomia. Além disso, é feita a prospecção do mercado. Grandes empresas do ramo de supermercados e magazines estão estudando os protótipos para a realização dos pedidos. “O objetivo é adequar-se a exigência do cliente. São estabelecidos padrões como tamanho, modelo e tecido das peças”. DRAGÃO FASHION A Teia solidará participaram neste domingo, 25, do Dragão Fashion, onde a Agência de Desenvolvimento Sustentável – Conexão Solidária e Instituto de Desenvolvimento Sustentável (INDS) apresentaram uma coleção de produtos feitos pelas costureiras e artesãos das diversas instituições. O trabalho foi norteado por estilistas, que deram orientações com base nas tendências de mercado. IMPORTÂNCIA A coordenadora de projetos da Fundação Beto Studart declara que o crescimento das associações motivado pela profissionalização e união é uma grande oportunidade de mostras às comunidades que a organização é o melhor meio para o desenvolvimento. “É preciso haver união. Os projetos isolados não crescem, pois, nos casos de produtos, é difícil enfrentar a concorrência. Quem produz pouco deve se aliar a outros para aumentar a quantidade e, claro, as vendas”. Um estudo está sendo feito para que, dentro de um ano, os resultados sejam comparados. “Saberemos o que realmente mudou na qualidade de vida das pessoas”.

Compartilhe